quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Tsunami

Já faz algum tempo que acorde me sentido um pouco aos pedaços, me senti como se tivesse acontecido um tsunami interno, e assim como a Indonésia ficou há pouco tempo atrás eu também estou aos pedaços e precisando de reforma.
Li o maravilhoso livro Não comi, não rezei, mas me amei da maravilhosa Gisela Rao onde ela diz o seguinte “Assim como o mundo é a nossa vida. O mar está manso e de repente vira tsunami. A terra está morna e calma de repente vira terremoto. Mas com calma tudo se arruma e as placas tectônicas voltam a se encaixar, talvez de outro jeito, mas se encaixa.” Acho que foi isso que me aconteceu. Fui dormir mar calmo e acordei tormenta.




Logo depois o tsunami da minha alma acalmar, a maré baixou e as placas tectônicas se encaixaram, tal como um quebra cabeça, as peças não voltaram para onde estavam antes do acontecido, mas o que importa e que se encaixaram. Sei que algumas coisas foram levadas pelo mar, e, sei também que me farão falta, mas acho que é assim mesmo toda força da natureza (seja externa, ou interna) leva algo embora para sempre, e nos resta aceitar e aprender que às vezes se faz necessário deixar que algo se vá, para que algo novo, mais belo e mais puro venha ocupe o lugar agora devastado e vazio.
Agora após a catástrofe interna tenho que reconstruir e reerguer a cidade onde agora só ha ruínas. Acredito que ruínas, assim como os desertos são lugares de transformação, e é assim que me sinto, em transformação. Mas sei que assim como uma cidade minha alma precisará de tempo, determinação e devoção. Mas sinto que aos pouco as coisas estão começando a acontecer, do mesmo modo que o vento move as areias do deserto, às vezes gradualmente, centímetro a centímetro, às vezes quilômetros a fio, fazendo com que a paisagem do por do sol seja sempre diferente da que foi vista ao amanhecer, da mesma forma minha cidade interior tem se reconstituído.



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